Dizem
que um dia um velho Mestre caminhava com seu discípulo. Eles passaram por uma
cidade com má fama, onde as pessoas faziam os mais perversos atos: matavam,
roubavam, estupravam, ofendiam…
Por fim os dois conseguiram passar por ela sem serem incomodados, e ao chegarem ao topo de um monte, já distante da cidade, o discípulo disse:
–
Mestre, fico feliz de ter seguido o caminho da luz. Veja aquelas pessoas, como
são ruins! Sou grato de não ser como elas.
O
mestre olhou para ele serenamente, e após alguns instantes disse:
–
Você se considera melhor do que elas por isso?
O
discípulo assentiu com a cabeça.
–
Claro Mestre, eu sigo o caminho do bem. Não há como me comparar com elas. Deus
um dia deverá condená-las pelo que fazem.
Então
o mestre calmamente tirou de dentro de sua túnica uma pedrinha e a sujou de
lama. Depois disse ao seu discípulo:
–
Isso que tenho aqui é um diamante que eu estava pensando em dar a você. Mas
acho que você não o quer mais.
O
discípulo de olhos arregalados indagou:
–
Mas por que não, Mestre?
–
Porque ele agora está sujo de lama.
–
Mestre, mesmo sujo de lama o diamante não perde o seu valor!
O
Mestre sorriu.
–
Tão qual, por mais que uma pessoa se afunde no lamaçal dos enganos não perde o
valor divino que sua alma tem.
E
o discípulo compreendeu que nossos erros não definem o que somos, e nem nos
tornam melhores ou piores do que os outros.